Presença feminina no mercado financeiro
É de conhecimento comum que, historicamente, as mulheres enfrentam uma série de desafios em relação à igualdade de gênero no mercado financeiro. Ainda há um desequilíbrio significativo no setor que pode ser notado na falta de representação feminina em cargos de liderança e por meio da disparidade salarial entre gêneros.
Segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais), no ano de 2022, do total de gestores de carteira certificados, apenas 7% eram mulheres. Já na Comissão de Valores Monetários (CVM), dos 966 nomes de pessoas físicas cadastradas como consultoras de investimentos, apenas 212 (21%) são mulheres.
Pesquisa do TradeMap, indica, ainda, que a presença feminina em cargos executivos, diretorias e conselhos de administração cresceu 78% entre os anos de 2017 e 2022. Mas apesar desse avanço, as mulheres ocupam apenas 14,5% das posições de comando das instituições de capital aberto no Brasil. O levantamento analisou a ocupação das mulheres em 50 empresas listadas na B3. O quadro geral, como se vê, ainda é distante do ideal.
No entanto, nos últimos tempos, é notório o esforço para aumentar a presença das mulheres no mundo dos investimentos. Muitas organizações estão adotando políticas de igualdade para incentivar a participação delas no setor.
O crescimento de mulheres no mercado
Junto à crescente conscientização sobre a importância da diversidade de gênero no ambiente de trabalho, o acesso à educação financeira também está se tornando cada vez mais inclusivo para as mulheres no Brasil. Além disso, a tecnologia também tem ajudado a democratizar a ascensão ao mercado financeiro, tornando-o mais aberto para pessoas de todos os gêneros.
Em relação a cargos de liderança no mercado financeiro ainda há uma defasagem. Isso ocorre, principalmente, devido ao preconceito de não considerar a mulher uma figura de autoridade no segmento, mesmo que ela domine determinado assunto. A falta de representatividade faz o senso comum transmitir essa autoridade ao homem.
Segundo especialistas, iniciativas específicas podem ser adotadas para garantir maior abrangência e espaço para a mulher no mercado financeiro. São elas:
Desenvolver uma cultura organizacional mais inclusiva, valorizando a diversidade e oferecendo igualdade de oportunidades para todos. Isso significa adotar políticas como licença parental remunerada e horários flexíveis.
Maior diversidade nas equipes. As empresas devem garantir que suas equipes sejam diversificadas em termos de gênero, etnia e outros fatores. Isso pode ajudar a trazer perspectivas diferentes para a tomada de decisões e promover um ambiente de trabalho mais inovador e criativo.
Igualdade salarial. As empresas devem garantir que homens e mulheres recebam salários iguais para funções e responsabilidades semelhantes.
Mentorias. As instituições devem oferecer oportunidade de mentoria para colaboradoras e incentivar as mulheres a buscarem mentores que possam ajudá-las a desenvolver habilidades.
Representatividade feminina. Relatos, entrevistas, reportagens de mulheres ocupando espaços importantes, e fazendo diferença nas empresas, devem ser divulgados de maneira enfática. Uma mulher ocupando um cargo importante e compartilhando histórias inspiradoras, em um segmento majoritariamente masculino, incentiva outras mulheres a seguirem suas aspirações.
Como uma mulher pode ingressar no mercado financeiro?
Atualmente, mais mulheres estão em busca da carreira em finanças. A tecnologia está abrindo novas oportunidades. As fintechs, por exemplo, estão liderando o caminho em termos de diversidade de gênero – inclusive no que diz respeito a cargos de liderança e capacitação de mulheres líderes.
A visibilidade de mulheres presentes no mercado tem criado a cultura de que todas podem prosperar e ter sucesso. Esse fato também gera engajamento social para a questão e aciona um alerta nas empresas de que suas atividades precisam caminhar com a evolução do pensamento comunitário.