Dinheiro em espécie: como surgiu o papel-moeda?
No primeiro artigo da série sobre a história do dinheiro em espécie, lançada pelo Banco24Horas, vimos como essa forma de pagamento surgiu em nossas vidas. Agora, vamos contar sobre a evolução do papel-moeda ao longo dos séculos.
Como mostrado anteriormente, a “primeira versão” do dinheiro em espécie foi um recibo que os banqueiros da Idade Média forneciam aos seus clientes para comprovação do armazenamento seguro de moedas. No início, esses documentos eram feitos manualmente. Porém, com a invenção da prensa de tipos móveis por Gutenberg, no século XV (em torno de 1450), a impressão se tornou viável.
A partir daí, a criação de cédulas em grande escala começou com a oficialização dos bancos. Os primeiros bancos com reconhecimento oficial apareceram respectivamente:
na Suécia, no ano de 1656;
na Inglaterra, em 1694;
na França, em 1700;
no Brasil, em 1808 (durante a estadia da família real portuguesa no Brasil).
Foram os bancos que se responsabilizaram pela emissão do papel-moeda, que era chamado também de “bilhete de banco”.
A disseminação do dinheiro em espécie
Cronologicamente, o papel-moeda apareceu pela primeira vez na China, durante a dinastia Song (entre os anos 960 a 1279). Nos países ocidentais, o primeiro papel-moeda foi projetado por um empreendedor da Estônia, Johan Palmstruch. Ele desenhou a moeda em 1661 e, a partir de então, as cédulas adentraram o Ocidente.
As moedas fiduciárias só passaram a se popularizar realmente após a Primeira Guerra Mundial (em torno de 1914). Atualmente, as três moedas mais poderosas são o Dólar, o Euro e o Iene.
Os pilares do papel-moeda
O valor da moeda fiduciária (papel-moeda) está sustentado em três pilares:
Autoridade: um dos principais fatores para definir o valor de uma moeda é a autoridade do governo;
Utilização: quanto mais pessoas e instituições usam o dinheiro em papel mais credibilidade e valor é agregado à moeda (isso mostra que a utilização do papel-moeda ajuda a deixá-lo mais forte);
Confiança: outro pilar é a confiança das pessoas – que faz com que a moeda fique mais forte. Em nosso país, por exemplo, para que a população permaneça confiante no Real, o Banco Central deve conservar a estabilidade da moeda por meio de políticas monetárias.
Em relação ao segundo ponto, temos nele a explicação pela qual o Dólar é uma das moedas mais fortes do mundo – já que ele tem aceitação em diferentes países.
Regulamentação e controle
A emissão do papel-moeda é regulamentada pelo Estado em qualquer país. A centralização contribui para proteger os interesses monetários das nações e impedir falsificações. O processo de produção das cédulas e das moedas é rigorosamente controlado para que seja possível assegurar integridade máxima.
Vida útil e segurança do nosso papel-moeda atual
A qualidade do papel utilizado nas cédulas é crucial para garantir sua durabilidade. A Fedrigoni, uma fornecedora com sede em São Paulo, é responsável por fornecer matéria-prima para boa parte das moedas fiduciárias da América Latina. Ao receber o papel, a casa da moeda de cada nação realiza rigorosos testes de qualidade para assegurar a integridade das cédulas.
A segurança do dinheiro em espécie é garantida por uma série de elementos, como alto relevo, marca d'água e micro impressões. Além disso, a vida útil das cédulas é essencial. Por isso, em 2000, foi introduzida no Brasil a nota de R$10 feita de plástico, mais resistente e durável.
A evolução do papel-moeda ao longo do tempo é um reflexo da complexidade da economia global e da necessidade de segurança e confiança nas transações financeiras.
Vimos, até aqui, um panorama geral do surgimento e transformação desse documento no mundo. No nosso próximo artigo da série, voltaremos o olhar para o Brasil, conhecendo em detalhes o percurso do papel-moeda na sua história!
Perdeu o primeiro episódio? Clique no link abaixo e confira agora: