Tudo que você precisa saber sobre orçamento pessoal em um só lugar!
Sabia que aprender a fazer um orçamento pessoal é um desejo compartilhado por bastante gente? Pois saiba que ele não serve apenas pra entender seus ganhos e despesas em um determinado período. Bem mais que isso, ajuda você a ter uma relação mais consciente com a sua renda e, por consequência, a trilhar um caminho bem-sucedido de liberdade financeira.
Porém, são comuns as dúvidas sobre por onde começar, que estratégias adotar na rotina e até mesmo quais são as reais vantagens que um orçamento equilibrado pode trazer em longo prazo.
Pensando nisso, resolvemos dar aquela força e ajudar você a entender tudo o que precisa a respeito do assunto. Tudo pronto para organizar suas finanças? Então, vamos lá!
Qual a importância do orçamento pessoal?
Cá entre nós: não dá pra você começar a fazer algo sem entender qual o objetivo final, não concorda? Por essa razão, é importante ficar por dentro do que realmente significa um orçamento pessoal e qual a utilidade dele no seu cotidiano.
Indo direto ao ponto, ele é um método de manejo, utilização e projeção de finanças. Toda e qualquer pessoa pode (e deve) fazer uso desse recurso, não só quem anda com as contas no vermelho, viu? O orçamento pessoal te ajuda a:
conhecer quais são os seus padrões de gastos e hábitos de consumo;
saber onde guardar dinheiro e o que fazer pra ele render mais;
entender se você investe em coisas que não dão retorno e o quanto isso pode dificultar a construção de um patrimônio;
identificar se a sua renda é compatível com o seu estilo de vida e o da sua família;
descobrir quais fatores pessoais, acadêmicos e profissionais afetam e/ou consomem mais a sua renda mensal.
Resumindo: o orçamento pessoal é o meio mais eficaz pra compreender e interpretar corretamente a sua realidade financeira. Com ele, você vai saber como as decisões tomadas impactam o seu dinheiro e quais intervenções podem ser adotadas pra deixar tudo melhor. Isso afasta problemas que não só tiram o seu sossego, mas também dificultam a estabilidade nas finanças.
Quais os pilares do orçamento pessoal?
A criação de um orçamento pessoal não é algo feito pra resolver necessidades pontuais e depois ser deixado pra lá. Ele é pensado como uma prática de longo prazo, que vai te acompanhar no decorrer dos anos. O motivo disso é simples: a gestão das finanças não pode simplesmente parar de uma hora para a outra.
Se isso acontece, a sua vida financeira pode desandar com tantos altos e baixos. Dessa forma, pra que ele realmente funcione e proporcione mudanças positivas, é preciso entendê-lo como algo que será parte fixa da rotina, combinado?
Porém, pra alcançar esse objetivo, é preciso adotar três mudanças de postura cruciais: responsabilidade, controle e planejamento. Sem isso, as chances de você enrolar, deixar-se levar por impulsos e descuidar do seu próprio dinheiro são muito grandes. Abaixo, será possível entender melhor sobre cada um desses pontos. Veja!
Responsabilidade
É preciso ter consciência de que fazer o seu orçamento pessoal é algo que só você mesmo pode dar conta e deixar bem detalhado, alinhado às suas atividades diárias e devidamente adaptado às particularidades da sua vida. Os outros até podem ajudar, mas nunca assumir a frente dessa tarefa.
Além disso, uma vez que a gestão das suas finanças comece, é indispensável se comprometer a alterar e, em especial, atualizar todas as informações quando necessário. Afinal de contas, como mostraremos logo adiante, será comum o uso de planilhas pra acompanhar e administrar a sua renda e as suas despesas.
Ou seja, essas são duas atividades que tendem a ocorrer com certa frequência e que, nas primeiras semanas de adaptação, podem parecer mais repetitivas do que, de fato, são.
Controle
Se antes do orçamento pessoal você tinha dificuldades pra controlar os gastos e não ficar com o saldo no vermelho, a partir dele, as coisas mudam. Você terá que desenvolver um autocontrole pra não se precipitar e usar a quantia que conseguiu poupar.
Sim, muita gente comete esse equívoco, sacando valores da poupança ou até mesmo retirando antecipadamente o que foi depositado em um investimento. Ou seja, do que eram as reservas para o futuro e a concretização dos objetivos de vida.
Isso acontece porque se deixam levar pela ideia de que há dinheiro sobrando e de que merecem se presentear por finalmente exercerem uma gestão financeira. Porém, como você já deve ter percebido, o objetivo por trás do orçamento pessoal é o oposto disso. Ou seja, um baita paradoxo, não é mesmo?
Planejamento
O planejamento, por sua vez, está relacionado com o seu empenho em traçar estratégias que ajudem a colocar o seu orçamento pessoal nos trilhos. Ele pode envolver, por exemplo, medidas pra economizar, reduzir despesas domésticas, quitar dívidas ou ter um consumo mais consciente.
Mas não acaba aí. Isso porque, quando se tem cônjuge e filhos, é preciso pensar no quanto eles são impactados, em menor ou maior grau, por todas essas mudanças na vida financeira.
Por isso, é necessário programar conversas periódicas com toda a família. Assim, dá pra explicar o que está acontecendo, mostrar a importância da gestão financeira e compartilhar algumas das ações que você pensou pra que eles também as coloquem em prática.
Quais são as vantagens?
Ao adotar um orçamento pessoal e seguir em frente com ele, você terá a oportunidade de desfrutar de algumas das vantagens que ele proporciona pra sua vida financeira. Três delas, em especial, merecem destaque. Abaixo, você confere quais são e os motivos.
Fim do endividamento
Com um maior conhecimento sobre como você gasta no dia a dia e o que funciona como estímulo pra consumir mais ou menos em cada situação, é possível entender o que te leva a se endividar e o principal: a evitar que esses maus hábitos gerem novas dívidas.
Daí em diante, você tem a chance de se concentrar apenas em:
quitar seus débitos — à vista ou a prazo;
organizar os boletos e faturas, pra que não haja mais despesas com multas e juros;
recuperar as linhas de crédito, empréstimo e financiamento que havia perdido por causa do nome sujo.
Alcance de objetivos
A segunda vantagem é que você terá a oportunidade de listar objetivos para o futuro e traçar caminhos pra alcançá-los. Afinal, sua vida financeira estará equilibrada e você terá como destinar parte da sua renda a esse tipo de investimento.
Os objetivos podem ser desde sonhos particulares que você sempre desejou realizar ou vivenciar até experiências que gostaria de proporcionar à sua família. Coisas que não se consegue por vários motivos, como: falta de dinheiro, finanças instáveis, pouca disponibilidade de linhas de crédito e endividamento acumulado com o tempo.
Aqui estão alguns exemplos de objetivos pra você se inspirar:
garantir uma aposentadoria tranquila e até adiantá-la em alguns anos;
ter o montante necessário pra custear a faculdade dos filhos;
poder trocar de carro ou até adquirir um segundo veículo;
fazer um procedimento estético ou uma cirurgia plástica;
planejar uma reserva pra questões de saúde;
começar uma segunda graduação ou a tão sonhada pós-graduação;
tirar um ano sabático pra se dedicar ao seu desenvolvimento e bem-estar;
comprar a casa própria ou mudar pra um imóvel mais confortável;
Maior qualidade de vida
Se você não esquenta mais a cabeça com dívidas, consegue poupar dinheiro pra situações emergenciais, tem um bom pé de meia pra o futuro e ainda realiza objetivos que vem idealizando há um bom tempo, é inevitável: você alcança uma maior qualidade de vida.
Uma realidade em que o dinheiro não traz problemas emocionais também não agrava transtornos mentais (como depressão, ansiedade, estresse crônico e insônia) e não é fonte de insatisfação profissional e desgastes no seio familiar. Isso pode parecer simples, mas, na verdade, é algo distante da realidade de muitos brasileiros.
Tanto que um levantamento de 2020 da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas em conjunto o SPC Brasil constatou que 48% de toda a população do país — mais de 100 milhões de indivíduos — não tem qualquer tipo de gestão sobre o próprio orçamento.
Já outra pesquisa, também dos dois órgãos, mostrou que 80% das pessoas que estão com o nome sujo desenvolvem algum problema psicológico que afeta o bem-estar, o humor e o estado emocional delas.
Como fazer um orçamento pessoal?
Depois de falarmos tanto sobre o que é orçamento pessoal, as vantagens que ele traz e os pilares necessários pra colocar tudo em prática com eficiência, nada mais justo do que encerrar este artigo mostrando como ele realmente pode ser feito, não concorda?
Por isso, reunimos uma série de ações que podem ser seguidas pra você montar o seu próprio orçamento e conferir de perto as mudanças que ele vai proporcionar na sua vida. Preparado?
Calcule os seus rendimentos
Comece calculando quais são os seus rendimentos por mês e por ano, pois isso te ajudará a entender em que pé está a sua realidade financeira, qual é o cenário das suas despesas e qual é o padrão de vida que você é capaz de manter a partir disso.
Aqui, é importante colocar tanto os ganhos que vêm do trabalho fixo quanto a renda extra — caso você faça atividades autônomas ou atue como freelancer pra aumentar as entradas.
No primeiro caso, é preciso analisar os contracheques recebidos e identificar a renda real. Ou seja, o vencimento líquido que cai na sua conta mensalmente.
Já no segundo, por sua vez, como se trata de um dinheiro que não é garantido e que pode variar pra mais ou pra menos a cada 30 dias, é interessante estabelecer, pelo menos, uma média de faturamento. Veja o exemplo abaixo:
salário líquido: R$ 3.200,00;
média da renda extra (se houver): R$ 600,00;
rendimento mensal: R$ 3.800,00.
Veja quais são os seus gastos mensais
A segunda dica é avaliar quais são os seus gastos por mês e o quanto eles comprometem o seu rendimento. Lembrando que, caso o percentual de comprometimento seja superior a 70%, isso é um sinal de alerta de que você precisa repensar a sua vida financeira.
Porém, só é possível fazer isso conferindo as contas dos meses anteriores e anotando todos os gastos do período atual. Isso vai ser uma grande chance de você fazer um balanço do ano que passou e até identificar como pode tirar melhor proveito do 13º salário.
Nessa hora, ter uma planilha de controle se torna fundamental pra catalogar esses dados, torná-los informatizados e deixá-los mais acessíveis aos cálculos e checagem futura.
Essa planilha deve conter abas — uma pra cada período do ano (janeiro, fevereiro, março, abril etc.) — e ter a mesma estrutura usada em todas elas, com categorias de despesas, tais como alimentação, habitação, saúde, transporte, educação, impostos, lazer, gastos pessoais e serviços financeiros.
Em cada uma dessas categorias devemos ter seções pra especificar o tipo de despesa que você teve e indicar o custo dela. Por exemplo: em saúde, você pode colocar a compra de medicamentos, como anti-inflamatórios e analgésicos.
Lembrando que aquelas que são diárias, de baixo valor e que não contam com nenhum tipo de comprovante ou nota fiscal devem ser as registradas com mais afinco e atenção, pois elas tendem a passar fora do radar e serem responsáveis por minar o seu orçamento.
Trace metas de economia
Após colocar em prática as duas últimas sugestões, trace algumas metas de economia. Elas são fundamentais pra reduzir as suas despesas mensais, reformular a maneira como você faz uso das linhas de crédito, controlar o consumismo desenfreado e alcançar a tão desejada liberdade financeira.
Se você não sabe por onde começar, não se preocupe! Uma boa sugestão é focar primeiramente as categorias de gastos pra, depois, planejar estratégias para elas. Por exemplo, suponha que você queira economizar com alimentação.
Afinal, essa é uma categoria que você já identificou como uma das que mais facilmente leva o seu dinheiro embora. Diante disso, você lista as seguintes ações:
dar uma chance às marcas mais econômicas e talvez menos populares de alimentos, como aquelas produzidas pela própria rede de supermercados;
substituir bebidas industriais e processadas, como sucos e chás, por bebidas feitas em casa com frutas e ervas compradas em sacolões e feiras;
evitar fazer todas as compras de comida em um só lugar, pra aproveitar as promoções e ofertas de diferentes estabelecimentos;
trocar enlatados, condimentos e conservas, que são itens processados e com preço significativo, pela aquisição de alimentos naturais e orgânicos;
ter uma calculadora em mãos ao fazer compras pra casa, garantindo que você se mantenha dentro da previsão de gastos;
preferir os atacados pra fazer as compras de itens de grande quantidade, como os da cesta básica (arroz, feijão, farinha etc.).
De quebra, ao fazer essas mudanças, você sente não só um impacto no bolso, mas também na saúde, no humor e na qualidade de vida.
Mude velhos costumes
Além das metas de economia, que são muito importantes, você deve começar a rever os seus costumes do dia a dia. Isso porque muitos dos hábitos que as pessoas constroem em suas vidas contribuem para o aumento das despesas, a dificuldade de fazer uma reserva financeira e até mesmo um endividamento do qual é difícil sair.
E acredite: são coisas simples e até banais que você faz e compartilha com familiares, amigos e colegas de trabalho. Abaixo, reunimos alguns exemplos:
ser dependente dos serviços de delivery, em vez de cozinhar a própria refeição;
recorrer com frequência aos aplicativos de transporte particular, em vez de andar a pé, de bicicleta ou de transporte público;
concentrar o seu lazer apenas em atividades e opções de entretenimento pagas;
manter cartões de crédito que têm anuidade e cobram pra sacar dinheiro;
utilizar o cartão de crédito pra adquirir todo tipo de coisa, sempre parcelando as compras — lembre-se de que usar dinheiro em espécie nos pagamentos é bem vantajoso;
manter os aparelhos de ar-condicionado ligados o tempo todo, em vez de desligá-los e utilizá-los apenas à noite;
ser cliente de uma academia ou um clube esportivo e deixar de aproveitar os espaços públicos (vias, parques, praças);
comprar medicamentos de marcas mais caras e famosas, não experimentando as versões genéricas.
Corte as despesas em excesso
Outra dica que não pode faltar nesta lista é cortar despesas em excesso. Algo que pode não só poupar sua renda mensal, como gerar a possibilidade de usar esse dinheiro — que antes era gasto sem um bom motivo — pra outros objetivos pessoais.
Usando os que temos como referência, imagine o seguinte exemplo: há diversos serviços de streaming de séries e filmes disponíveis no Brasil, não é verdade?
A partir daí, motivado pelos anúncios e comentários na mídia e nas redes sociais, os conhecidos que decidiram assiná-los, o status social que as plataformas geram e a vontade de não ser o "do contra" que está por fora dos lançamentos, você decide se tornar um assinante.
A questão é que não é de apenas um serviço, mas sim vários deles. Inclusive aqueles que mal acessa, seja por falta de tempo, seja por desinteresse. Porém, mesmo assim, segue pagando a cada um. Consegue perceber o problema? Você está acumulando assinaturas pela força do hábito.
É só fazer as contas. Se são cinco serviços na faixa de R$34,90 mensais, a cada 30 dias a sua despesa geral com streaming será de R$ 174,50. Em um ano, será de R$ 2.094,00. Por isso, não desperdice o seu dinheiro à toa.
Faça uma avaliação e reveja qual deles você realmente utiliza, qual tem a melhor interface e conta com o catálogo que mais atende às suas preferências. Assim, você pode cancelar os demais e poupar o seu bolso!
Acompanhe o orçamento
Depois de todos os passos anteriores, você deve fazer um acompanhado contínuo do seu orçamento. Essa atividade não serve apenas pra atualizar dados sobre as despesas. Na verdade, o propósito dela é analisar como as suas finanças têm se comportado com o tempo e se as mudanças empregadas estão tendo resultado positivo.
Dessa forma, é possível manter as estratégias de economia, redução de gastos e desenvolvimento de novos hábitos ou radicalizar, fazendo ajustes ou mesmo substituindo uma ou mais dessas ações.
O principal indicativo que merece a sua atenção é o percentual de comprometimento da sua renda. É interessante que ele baixe o máximo possível, pois, quanto menor for, mais o seu orçamento fica folgado e você pode poupar e investir o seu dinheiro.
Como mostrado, colocar um orçamento pessoal em prática e organizar as finanças pessoais não é algo do outro mundo. Na verdade, essa missão requer, basicamente, três ações da sua parte: responsabilidade quanto às entradas e saídas de dinheiro, controle das despesas e um plano de estratégias pra economizar mais.
Por isso, vale a pena seguir as nossas sugestões pra facilitar essa caminhada e alcançar os seus objetivos. Pra completar, não se esqueça de manter uma renda investida pra uso no seu futuro e de separar parte do seu orçamento pra pagamentos à vista e em espécie pra não ficar dependente das linhas de crédito.
E aí, que tal mandar as dicas que viu por aqui e ajudar seus amigos a também organizar as finanças? Compartilhe este guia completo nas suas redes sociais!